Em 1941, os americanos instalaram sua base militar em Natal/RN (Em Parnamirim), devido sua localização ser perto da Europa. O governo brasileiro autorizou secretamente os norte-americanos a utilizarem bases aéreas e navais situadas no país, para garantir a defesa do continente americano.
No dia 26 de julho de 1941 foi publicado no diário oficial da união o decreto lei número 3.462/41 de 25 de julho de 1941 que autorizava a empresa “Panair do Brasil“, a construir, melhorar e aparelhar os aeroportos do nordeste brasileiro. Desta forma, aviões militares americanos passaram a chegar no Brasil com maior frequência, reforçando as bases estratégicas estabelecidas no país.
Criado para proteger o continente americano das investidas do eixo composto por Alemanha, Itália e Japão, o “Parnamirim Field” era, na década de 1940, a maior base militar estadunidense em território estrangeiro. Ao fim da guerra, o fato rendeu a Capital Natal/RN (Parnamirim/RN precisamente corrigindo a história) o apelido de “Trampolim da Vitória“.
Cerca de 55 mil pessoas habitavam o município, que era tranquilo e pacato antes do conflito armado internacional. Naquele período a cidade teve um aumento populacional estimado em 10 mil pessoas. Foi assim que os natalenses começaram a experimentar o produto. Na época, a política adotada pela empresa em relação a segunda guerra mundial era de apoiar seus combatentes, oferecendo seus produtos onde quer que estivessem, sendo comercializada a um preço simbólico de 5 cents (centavos de dólar) de dólar o copo.
Tendo em vista a sua associação com os produtos americanos, o refrigerante acabou exercendo o papel de um simbolo patriótico. A popularidade da bebida aumentou bastante no pós-guerra, quando os soldados voltaram fazendo propaganda do refrigerante.
A presença de soldados dos Estados Unidos praticamente iniciou uma vida noturna na cidade. Várias casas foram inauguradas para abrigar bailes e festas (inclusive o cabaré de Maria Boa) que agitavam a região. O consumo de álcool, cigarros e prostituição aumentaram exponencialmente. Várias mulheres potiguares ficaram grávidas de combatentes americanos, iniciando assim uma série de novas famílias.
Ainda em 1941, a Coca-Cola fabricou em Recife o seu primeiro refrigerante em solo brasileiro. A capital de Pernambuco formava, junto com Natal, o chamado “Corredor da Vitória”, parada obrigatória das embarcações e outros veículos militares que rumavam para a Europa em guerra.
A Coca-Cola usou as instalações da fábrica de água mineral Santa Clara, que existe até hoje. Depois foram instaladas mini fábricas (kits com equipamentos básicos para produção de refrigerante) em Recife e Natal. Em 1942 a empresa passou expandir seus negócios pelo país, abrindo oficialmente uma fábrica no Rio de Janeiro/RJ, em São Cristóvão. Um ano depois abre sua primeira filial em São Paulo e em 1945 a segunda fábrica carioca.
No final da década de 1960 a The Coca-Cola Company contava com mais de 20 fábricas engarrafadoras autorizadas e franqueadas. Nos anos 80 o número de franquias pelo país já chegava na casa de 36 e em 1990 a fábrica “Recofarma” começava a produzir o concentrado para produzir a bebida.
Fontes: Brechando e Coca-Cola no Brasil