Parece uma farmácia qualquer da rede CVS, uma das mais populares dos Estados Unidos. As prateleiras estão cheias de produtos para a saúde e remédios, as caixas registradoras são informatizadas e as receitas médicas são classificadas da forma habitual. Mas se o cliente abrir um frasco de comprimidos verificará que, no interior, há balas Skittles em vez de remédios.
É uma “farmácia de mentira”, lançada pela Goodwill em Baltimore, uma cidade no leste dos Estados Unidos localizada a uma hora de carro de Washington. Essa empresa de recrutamento e formação de populações desfavorecidas criou o estabelecimento para treinar trabalhadores contratados para atuar nas quase 10.000 farmácias que a CVS possui em todo o país.
“A empresa está crescendo muito e precisa de mais trabalhadores qualificados do que os disponíveis no mercado”, explica Sam Abney, responsável pelo projeto. “Procuramos esses trabalhadores e lhes oferecemos uma entrada no mercado de trabalho, pulando os primeiros degraus e recebendo diretamente o dobro do salário mínimo”, acrescenta.
Histórias como essa se repetem hoje em todo o país. As empresas norte-americanas precisam de trabalhadores em um momento em que a economia apresenta nove anos consecutivos de crescimento. A taxa de desemprego nos EUA caiu para 3,7% em setembro, seu nível mais baixo desde 1969, segundo dados oficiais divulgados na semana passada.
E muitos analistas preveem que cairá ainda mais nos próximos meses. O país registra 96 meses seguidos de aumento de contratações. Um cenário que, combinado com a inflação baixa, prenuncia “uma época extraordinária”, nas palavras de Jerome H. Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA.
Fonte: The Trust Project