Você pode até se apaixonar por alguém do dia para noite, mas amar alguém é algo que se constrói. Vamos amando aos poucos o jeito como o outro se ajeita no sofá para ver aquele filme, o cafuné que faz em nós com tanto amor, a sua paixão por comida e o jeito que leva e vê a vida.
É aos poucos que aprendemos a amar e tolerar aqueles defeitinhos chatos que nos irritam e ao mesmo tempo faz com que a gente veja que podemos amar aquilo achávamos não ser possível. Que podemos rir daquilo que aparentemente nos irrita. Aos poucos vamos amando o jeito que aquele alguém mexe no cabelo e de quando nos pede para ficar mais um pouco. Mas assim como o amor se constrói aos poucos ele não acaba do dia para a noite.
O amor vai morrendo quando ao invés de interromper uma briga com um beijo o outro diz palavras que prolongam ainda mais uma discussão qualquer. O amor morre aos poucos quando o orgulho domina mais que o perdão. Quando as desculpas ficam apenas para os corretos e sempre existe um culpado.
O amor morre aos poucos quando um insiste em fazer dar certo e o outro persiste em dar errado. E assim, com a indiferença, os gestos que machucam e as palavras que ferem o amor vai perdendo a capacidade de lutar, vai deixando de ser amor e vai virando dor. Aquela dor que machuca e nos faz sofrer.
É quando a saudade vira apenas lembranças e deixa de ser reencontro. Quando os erros do outro viram motivos para termos razão. O amor morre aos poucos quando o outro não valoriza, não elogia não se importa e principalmente quando deixamos de ser nós mesmos e nos escondemos em um riso disfarçado de “tudo bem”, quando, na verdade, está tudo de mal a pior.
O amor morre aos poucos quando perdemos a parceria de quem amamos a generosidade e a paciência. Quando o outro desiste enquanto você luta. E então o que era amor vira desamor e vai aos poucos perdendo o seu colorido, vai aos poucos deixando de ser bonito até que um dia não suportamos mais o pouco que recebemos e então o relacionamento chega ao fim não por falta de amor ou falta de tentar, mas pelo cansaço da insistência, de tanto avisar e outro ignorar como quem acha que uma vez brotado a semente do amor jamais precisa regá-lo novamente.
E então, a gente cansa de insistir, de tentar fazer dar certo, cansa da mesmice e da zona de conforto. A gente percebe que aquilo está mais para comodismo do que para amor e no fundo a gente deseja ser cuidado e não apenas cuidar, a gente quer abraços, beijos e elogios e mesmo sabendo que o outro nos ama queremos ouvir o eu te amo.
E quando tudo isso fica apenas no começo da história o amor vai deixando de ser amor e vira ferida, vira mágoa e discussão, e o que era para ser paz começa a ser tempestade daquelas que parece não passar. Mas, o amor não vira desamor em 24 horas ou em uma briga, o amor vai morrendo aos poucos e mesmo a gente tentando reacender, só é possível pegar fogo se o outro tentar também, caso contrário ela – a chama- apaga, assim como o amor também, morre.
Resiliência Humana
2 thoughts on “REFLEXÃO: O AMOR SE CONSTRÓI AOS POUCOS E AOS POUCOS SE ACABA”
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Às vezes você se encontra dentro de um relacionamento ou saindo de um que mais parece um pesadelo bem real. Aí vem a parte maravilhosa da vida: assim como você acorda de um pesadelo e também sabe que depois da tempestade mais sombria de nossas vidas, vem um lindo dia de sol. Como todo amor quando acaba, nos deixa aos pedaços ,sempre aparece um ser em forma de anjo para nos juntar ..
Um bom dia, um maravilhoso final de semana e não desista de procurar; o amor existe .. Boa leitura e parabéns ao blog..
Obrigado amigo Ronaldo, sempre atento as nossas publicações. Um bom final de semana!