O guerrilheiro comunista Carlos Marighella é mais uma daquelas insidiosas, falaciosas e imprestáveis figuras que usufruem de uma dúbia e pérfida notoriedade, conquistada através de objetivos e propósitos nem um pouco humanitários ou altruístas. Agitador comunista autor do Mini-manual do guerrilheiro urbano, o indivíduo que chegou a ser considerado o inimigo número um do regime militar é mais uma controversa figura que tornou-se objeto de idolatria entre a esquerda nacional.
Mas quem foi Carlos Marighella?
Nascido em Salvador em 1911, Marighella filiou-se ao PCB – o Partido Comunista Brasileiro –, em sua juventude, com apenas 22 anos. A partir deste momento, devotaria sua vida à subversiva e destrutiva causa comunista, que acabaria por torna-lo um inimigo inconteste do regime militar brasileiro, e que por fim o levaria à morte.
Preso pela primeira vez em 1932, Marighella se tornaria um inimigo juramentado da ordem e do estado ainda na era Vargas. Com uma vida dedicada exclusivamente a objetivos políticos, Marighella tornou-se deputado federal pelo PCB aos 34 anos. Possivelmente em função da Intentona Comunista, o partido foi proscrito, e Marighella, bem como todos os seus colegas de militância, passaram a agir de forma clandestina, condição com a qual familiarizou-se ao longo de sua vida.
Quando o regime militar instaurou-se no Brasil, a determinação de subvertê-lo e implantar no Brasil uma ditadura comunista acentuou-se. A partir deste momento, os embates entre os agentes do DOPS e Marighella se tornariam cada vez mais frequentes.
Não obstante, a despeito de sua extrema militância contra a lei e a ordem estabelecidas, suas atividades não se prolongariam por muito tempo. Ao tornar-se uma ameaça cada vez mais insistente sobre o governo, Marighella foi morto em São Paulo, em 4 de novembro de 1969, durante uma emboscada coordenada pelo DOPS.
Depois de viagens a China e Cuba, Marighella passou até mesmo a ficar debaixo do radar da CIA, que fazia um esforço constante para monitorar a atividade de células comunistas na América do Sul. Tão indispensável quanto o auxílio e o suporte logístico oferecido ao governo brasileiro durante o regime militar, foi o auxílio que os americanos deram ao Chile, para substituir o destrutivo e paupérrimo governo de Salvador Allende – que apesar de pouco tempo no poder, corroeu o país em função de uma pérfida e deficiente administração socialista.
Ter Carlos Marighella como um dos heróis da pátria – um indivíduo que nem de longe poderia ser qualificado como tal – é uma verdadeira afronta ao bom senso. Um inimigo da ordem e da paz estabelecidas, seu verdadeiro objetivo, como o de todos os demais militantes comunistas, não era a democracia, mas a instauração do comunismo no Brasil.