A delação de José Antunes Sobrinho dono da Engvix sobre as propinas paga nas obras do Aeroporto Aluísio Alves em São Gonçalo do Amarante, reaça a ideia de uma ALRN inoperante, caríssima e lobista.
O dono da empreiteira Engvix, José Antunes Sobrinho, confessou ter assinado contratos fantasma para superfaturar as obras dos aeroportos de Brasília e Natal, segundo reportagem do Globo. A empreiteira integra o consórcio Inframérica, que ganhou a concessão do aeroporto da capital e para construção do novo aeroporto potiguar.
Na segunda tentativa de fechar um acordo de delação, o primeiro havia sido rejeitado pela Procuradoria-Geral da República, Antunes revelou à Polícia Federal o esquema e conseguiu a homologação do acordo no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o empresário, ele foi procurado por dois lobistas ligados ao MDB, Milton Lyra e Victor Colavitti, logo após o atraso nos repasses do BNDES para as obras. A transferência dos recursos era intermediado pela Caixa, controlada pelo MDB, e ambos cobraram propina para liberar o dinheiro do banco público para a continuidade das obras.
Um dos contratos fantasma, com o escritório de advocacia de Flávio Calazans, rendeu R$ 480 mil aos lobistas, segundo a delação, e os repasses para as obras nos aeroportos foram liberados. Segundo o jornal, o advogado Flávio Calazans também admitiu, em sua delação, que não houve prestação de serviço à empreiteira na ocasião e ocorreram a pedido de Milton Lyra e Victor Colavitti.
BR Distribuidora
As obras na área de tanques de combustível dos aeroportos também foi alvo de corrupção. Segundo Antunes, essa parte da obra foi terceirizada para um grupo de empresas liderado pela BR Distribuidora. A subsidiária da Petrobras cobrou, por meio de duas operadoras, o superfaturamento das obras na área de tanques para pagar propina a agentes públicos, entre eles o ex-deputado Vicente Cândido (PT-SP).
A Engevix fechou contratos de R$ 41 milhões para os aeroportos e R$ 2 milhões para pagamento de propina por meio de contratos fictícios.