Na última quinta-feira (4), aconteceu em Recife/PE “Fórum Internacional de Renováveis e Nuclear. Diversos temos foram abordados no evento que teve a participação de vários especialistas do setor. Um dos assuntos abordados foi a criação de uma usina Nuclear na Região Nordeste.
O presidente da Abdan também discute a questão da matriz energética brasileira, lembrando que o Brasil tem uma base de produção de energia diversa, com termelétricas variadas, hidrelétricas, usinas nucleares, campos de energia eólica e também produção de energia solar.
“O que nós precisamos, na realidade é de uma matriz harmônica, e não preconceituosa. Isso que é o grande X do negócio”, aponta.
Como exemplo ele cita o Nordeste do Brasil. Cunha ressalta que a região convive com escassez de água e que por isso não pode ter na energia hidrelétrica sua base energética.
Em compensação, lembra o engenheiro, a região tem bons ventos e taxas altas de insolação, propiciando oportunidades para renováveis como a eólica e solar.
Cunha explica que essa situação deixa um espaço para a implementação de termelétricas e também usinas nucleares.
“As grandes reservas, por exemplo, já identificadas de urânio, estão no Nordeste. Então é extrair o urânio, que está lá debaixo da terra. Se você não usa, não serve para nada. Nós temos a 7ª maior reserva do mundo em urânio, e isso só com um terço do território prospectado. Estima-se que quanto tivermos todo o território nacional prospectado nós teremos a 2ª ou a 1ª reserva”, aponta.
O especialista também explica que reatores nucleares menores podem trabalhar também na dessalinização de água, o que também ajudaria a resolver problemas da região.
“E com a entrada da nuclear você passa a ter, por exemplo, uma matriz energética no Nordeste que estabiliza mais a região. Hoje você tem 78% da energia toda que é consumida no Nordeste produzida através de solar e eólica. Isso traz um risco muito grande”, conclui.