Com as fronteiras fechadas, grande parte dos 2,5 milhões de habitantes que vivem em Gaza que foge dos bombardeios da guerra Israel x Hamas buscam abrigo em escolas; boa parte delas mantidas pela UNRWA, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo. Segundo estimativas da ONU, centena de milhares de palestinos se deslocaram desde o início dos confrontos e estima-se que 150 mil deles estão nas mais de 80 escolas administradas pela organização.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou, nesta terça-feira (24), que será obrigada a encerrar suas operações na Faixa de Gaza na noite de quarta-feira devido à falta de combustível e energia afetando não só nas escolas, mas também os seis hospitais onda a agência opera.
Antes mesmo de iniciado os conflitos depois do ataque terrorista do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, a ONU já alertava que a agência e os projetos humanitários mantidos em Gaza estavam financeiramente comprometidos. Com a chegada de um dos mais violentos conflitos na região, pressiona ainda a Agência para Refugiados Palestinos.
Na tarde de 17 de outubro, um bombardeio atingiu uma das escolas administradas pela UNRWA que fica no campo de refugiados de Al Maghazi, no centro de Gaza. Naquele momento, o local abrigava 4 mil deslocados na parte interna. No ataque, pelo menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, de acordo com funcionários da entidade.
As Nações Unidas afirmam que os ataques aéreos israelenses danificaram também instalações de água e saneamento, afetando mais de 400 mil pessoas deslocadas. A destruição soma-se ao cerco total à cidade, que teve o fornecimento de água, energia, alimentos e medicamentos interrompido por Israel em retaliação ao ataque do Hamas.
“Se não obtivermos combustível com urgência, seremos obrigados a interromper as nossas operações na Faixa de Gaza a partir de amanhã à noite”, afirmou a agência na plataforma X (antigo Twitter), no 18º dia de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza. As organizações de ajuda humanitária alertaram para a falta de combustível neste pequeno território de 362 km2, onde mais de 2 milhões de pessoas estão aglomeradas. O combustível é fundamental para abastecer serviços vitais, como os hospitais, que dependem de geradores.