A polícia investiga se a arma usada por Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, morto nesta segunda-feira, pertencia à PM. Horas após a incursão na comunidade de Três Pontes, em Santa Cruz, na Zona Oeste, um policial militar registrou uma ocorrência em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, informando o extravio de uma pistola Glock.
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O registro foi feito na 110ª DP (Teresópolis) às 23h08 desta segunda-feira, quando o policial militar, lotado no Batalhão de Choque, relatou que “não tem ideia” de onde perdeu o armamento, nem quando isso aconteceu. Nos seus cálculos, isso aconteceu nos últimos 15 dias.
Além da arma de fogo pertencente à Polícia Militar, dois carregadores, com 28 munições, também foram extraviados, segundo o agente.
Faustão, também conhecido como Teteus, era integrante da milícia de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, de quem também era sobrinho. Considerado o sucessor do tio, o miliciano foi morto durante incursão da Polícia Civil, que reuniu integrantes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Polinter e unidades especializadas, nesta segunda-feira.
A sua morte gerou uma represália que levou caos a diversos bairros da Zona Oeste, com 35 ônibus incendiados, além de caminhões e carros de passeio. A cidade chegou a entrar em estágio de atenção, o terceiro em uma escala de cinco, devido ao impacto das ocorrências à população.
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Além dos veículos, a estação Santa Veridiana do BRT também foi incendiada, enquanto as paradas Vendas de Varanda, Cesarão e 31 de Outubro sofreram tentativas de incêndio. Por isso, a Mobi-Rio, empresa municipal responsável pelo modal, suspendeu a circulação no corredor Transoeste.
Quem optou pelos trens também enfrentou problemas. No início da noite, uma composição da SuperVia foi incendiada na estação Tancredo Neves, uma antes de Santa Cruz, o que interrompeu o serviço em seis paradas: os trens só fizeram viagem entre a Central e Campo Grande.
Em setembro, o Ministério Público estadual do Rio denunciou seis pessoas pelo assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e de seu amigo, Maurício Raul Atallah, em agosto de 2022.
Entre os acusados está Zinho, chefe da maior milícia do Rio. De acordo com o MP, Jerominho foi morto por ter traçado um plano para reassumir a milícia que ajudou a fundar. Além de Zinho, foram denunciados Rodrigo dos Santos, o Latrell, braço direito de Zinho; Matheus da Silva Rezende, Faustão, sobrinho de Zinho; Alan Ribeiro Soares, conhecido como Nanan ou Malvadão, antigo aliado de Zinho; além de Paulo Favid Guimarães Ferraz, o Costelinha; e Yuren Cleiton Felix da Silva, conhecido como Naval.
Faustão teria participado da compra de armamentos.