Entre as empresas que tiveram ônibus queimados na Zona Oeste do Rio, num protesto pela morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, o Teteus ou Faustão, a Jabour afirma ter sido a mais afetada: dos 35 coletivos destruídos, nove convencionais eram dela. Na manhã desta terça-feira, quatro carcaças foram levadas para a garagem da viação, localizada em Campo Grande. A retirada das estruturas das ruas começou nas primeiras horas do dia.
Segundo o gerente da Jabour, Felipe Costa, a frota da empresa foi a mais afetada já que a linha é a de maior circulação na região. Ele afirmou que o prejuízo passa de R$ 4 milhões. Felipe contou que os ônibus foram comprados este ano, tinham cerca de um mês e meio de uso e estavam equipados com ar-condicionado.
— A frota foi trocada este ano — afirmou.
Rio após o caos: estações lotadas e carcaças de ônibus nas ruas
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De acordo com o gerente, a empresa comprou 130 ônibus para atender a demanda de Campo Grande. Ao todo, a Viação Jabour possui 300 ônibus em circulação. Felipe disse que ainda não é possível afirmar quando a frota queimada será reintegrada.
A onda de violência que tomou conta do Rio começou na região conhecida como Três Pontes, onde ocorreu o tiroteio durante a operação policial na qual Faustão foi morto. De lá, os protestos se espalharam por sete bairros. De acordo com o Rio Ônibus, foi o maior registro de ônibus destruídos em apenas um dia.
A polícia teve que escoltar alguns ônibus para garantir que eles não sofressem ataques. Foi o caso de um que transportava crianças que faziam uma atividade escolar e foi acompanhado até seu destino final, em Realengo.
Além dos coletivos, os bandidos incendiaram ainda um trem e uma estação do BRT. Muitos cariocas ficaram sem ter como voltar para casa no transporte público e recorreram a carros de aplicativos, pagando corridas de valores exorbitantes.