
O conflito entre Israel e o Hamas, que teve início no dia 7 de outubro e já deixou mais de nove mil pessoas mortas, a maior parte delas de palestinos que viviam na Faixa de Gaza, tem repercutido também no Brasil. A Rede Bandeirantes decidiu nesta segunda-feira (30) que sua emissora de rádio em Porto Alegre não vai mais transmitir o programa “Hora Israelita”. A informação é do site “Matinal“.
Segundo a Band, a atração, criada em 1946, vem propagando discurso de ódio contra os palestinos, principalmente por parte da comentarista Deborah Srour. Transmitido aos domingos há 77 anos, a edição de ontem do programa já não foi ao ar. No dia 15 de outubro, a comentarista pregou o extermínio da população da Faixa de Gaza e comparou palestinos a “animais”.
Essa não foi a primeira vez que Deborah expressou falas de ódio contra o povo palestino. Na semana passada, no programa “Atualidades Pampa”, da TV Pampa, também de Porto Alegre, a comentarista disse que “não há civis inocentes do lado de Gaza” e que “Israel tem de lidar com eles como animais”. Ali Klemt, apresentadora da atração, ressaltou que os palestinos deveriam ser “dizimados”.
Se defendeu
Após as falas de Deborah, a Federação Israelita/RS, uma das patrocinadoras do programa “Hora Israelita”, disse apenas que “não respondia pelo conteúdo” da atração. A Band Porto Alegre ponderou que a opinião de Srour não está de acordo com a postura editorial da rádio. Nesta semana, a emissora decretou a retirada do programa da grade.
Em um vídeo, Deborah Srour se defendeu e reafirmou que é “100% judia e sionista”. “Eu não sou uma judia daquelas que se dobra , que vai para o gueto calada, ou como uma carneirinha para a câmara de gás. Acredito no poder de autodeterminação do meu povo em sua terra ancestral. Expressei minha opinião de que Israel deveria exterminá-los”, disse.
Em uma rápida pesquisa nas redes sociais, é possível ver postagens de Deborah em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Donald Trump. No dia do ataque do Hamas, a comentarista postou vídeo da “querida Bia Kicis”, no qual a deputada bolsonarista aparecia no santuário de Fátima empunhando duas velas, uma para Israel e outra para o Brasil “para acabar com a tirania, esse mal, esse desgoverno de esquerda comunista”.
Leia mais: