
A quatro dias da final da Libertadores, a prefeitura do Rio anunciou na manhã desta terça-feira uma série de medidas visando o evento. Além da partida, a cidade recebe também o show do Red Hot Chilli Peppers, também no dia 4, e aplicação das provas do Enem para os alunos do ensino médio, no domingo, 5. Assim, esquemas de trânsito, funcionamento dos transportes públicos e medidas de segurança foram pensadas para o evento.
Em relação a grande quantidade de torcedores argentinos que são esperados nos próximos dias, o prefeito Eduardo Paes (PSD) explicou que há uma previsão de alocá-los no espaço do Sambódromo, mas as medidas ainda serão definidas de acordo com a chegada dos visitantes. Enquanto a imprensa argentina fala em até 150 mil torcedores, as estimativas do Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios), da PMERJ, apontam para 50 mil.
— Nós estamos atentos a esse número de argentinos que estão vindo, a gente não tem muita noção, eles vêm de avião, de ônibus, de carro. Então essa é uma informação que ninguém concentra. Nós vamos observar como essa movimentação acontece, e temos preparado ali no Sambódromo um espaço para dar mais conforto aos visitantes argentino — afirmou Paes.
Ele explica que a escolha pelo Sambódromo se deve a motivos de infraestrutura, e que, caso seja necessário, a prefeitura irá separar o espaço do Terreirão do Samba para os ônibus dos torcedores, enquanto a Passarela do Samba pode receber os motor homes.
O prefeito também explicou a decisão, anunciada ontem, da Cinelândia como o local de concentração de torcedores do Fluminense que não irão a Maracanã. Paes contou que foi uma medida estudada pela prefeitura, pelos dirigentes do clube, e levou em consideração questões de segurança e deslocamento. Inicialmente, a torcida se preparava para fazer uma festa na sede do tricolor, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
— A Cinelândia é um local de fácil acesso para muitos meios de transporte, então a gente criou essa alternativa para os torcedores do Fluminense. Laranjeiras tem muitas limitações, não é uma questão de gosto do prefeito ou dos tomadores de decisão — afirmou Paes.
O presidente da CET Rio, Joaquim Diniz, anunciou também que o metrô fará o percurso direto entre as linhas 1 e 2, saindo da General Osório em direção a Pavuna e vice-versa, sem necessidade de fazer a baldeação nas estações de troca.
Sobre a proibição da venda e consumo de bebidas alcóolicas no entorno do Maracanã, Eduardo Paes afirmou que a medida visa reduzir o número de pessoas nas regiões de acesso ao estádio. No dia, também haverá bloqueios de trânsito, em um perímetro maior do que o observado em outros jogos de grande público.
— O ideal é que quem se desloque para o Maracanã é quem tem ingresso e vai acessar o estádio. Não é um jogo igual a um clássico comum. O Vasco foi jogar no Maracanã e nós não fechamos a Radial Oeste. Estamos com padrão de final de Copa do Mundo, e de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos.
Perguntado sobre o episódio em que uma torcedora argentina relatou ter sido assaltada e agredida por torcedores do Fluminense, o prefeito classificou a atitude como “inaceitável”.
— A torcida do Fluminense tem todos os motivos para estar feliz e empolgada nesse momento, mas isso não significa violência. Quando a gente briga para trazer uma final de Libertadores, o objetivo é apresentar a cidade. Toda vez que temos uma incivilidade dessas e as pessoas são agredidas, isso espanta os turistas. A gente pede que os cariocas recebam com carinho a torcida do Boca Juniors, e por mais que os argentinos tenham um gosto pela provocação, isso faz parte do futebol.