
“A beleza ajuda em relação a certos personagens, mas, no meu caso, me atrapalhou em relação a fazer outros papéis que eu queria. Eu percebi que ao longo da minha carreira fui tendo que convencer as pessoas que eu poderia ocupar outros lugares, jogar em outras posições. Se fosse em um jogo de futebol, eu podia ser meio campo, jogar de lateral. Às vezes, você não é um ótimo lateral, mas pode jogar de lateral em um jogo. Às vezes, você descobre que é um grande zagueiro”, completa Cauã.
Já Samuel de Assis declara: “Acho que eu só me entendi como um homem bonito depois de muita terapia e depois de que eu fiz o santo na minha religião, que foi quando eu fiz o teste para ‘Vai na fé’. Até então eu sabia que tinha uma coisa ali, eu olhava e falava ‘ai, legal’, gostava de me arrumar. Eu nunca me vi como um homem bonito justamente por conta de olhar para a minha história e me ver em uma sociedade que me diz o tempo inteiro que eu não posso ser bonito. Nós, homens pretos, a gente sabe disso”, conta oator sobre o ponto de vista da sua própria jornada. “Quando eu me vi, aos 40 anos, recebendo a notícia de ‘você é o próximo protagonista de uma novela das sete’, fazendo um triângulo amoroso com Carolina Dieckmann e Sheron Menezes, eu quase falei ‘obrigado, não posso aceitar’ (risos). Mas é muito cruel, porque minha primeira reação foi essa”, complementa ele.