As cenas de selvageria presenciadas na quinta-feira por banhistas em Copacabana, quando torcedores de Fluminense e Boca Juniors se envolveram em brigas e houve confusão generalizada, acendeu um sinal de alerta para a Conmebol. Nesta sexta-feira, a entidade convocou uma reunião de emergência para discutir questões de segurança para a partida, e foram chamados representantes das duas equipes, além da CBF e da AFA, federação argentina de futebol. Uma das medidas estudadas, de acordo com o ge, é realizar a partida sem a presença do público, e o encontro está marcado para às 11h30 desta sexta-feira, na Barra da Tijuca.
No início da tarde da quinta-feira, antes da confusão entre os torcedores na praia, a Conmebol já havia realizado uma reunião com representantes das duas equipes para realizar os ajustes finais antes da grande decisão. Mas com a escalada da violência, a entidade publicou uma nota afirmando que repudiava “quaisquer atos de violência e racismo” e fazendo um pedido para os torcedores brasileiros e argentinos “a compartilharem juntos momentos de alegria e celebração que o nosso futebol nos proporciona”.

Confusão entre torcedores do Boca e Fluminense provoca correria em Copacabana
A confusão, que teve início por volta das 17h, teria começado com uma briga entre torcedores argentinos e tricolores. A Polícia Militar interveio, e usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Pelo menos 6 torcedores do Boca foram conduzidos pela Polícia Militar à 12ª DP (Copacabana) e à 13ª DP (Ipanema) para prestar esclarecimentos, na noite desta quinta-feira, após um tumulto em frente ao quiosque Buenos Aires, reduto de argentinos na praia de Copacabana. Quatro pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Siqueira Campos, também em Copacabana, com reações ao gás.
Na 13ª DP, quatro turistas argentinos detidos por desacato estavam visivelmente embriagados. Eles prestaram depoimento e foram liberados. Os turistas estão hospedados num hotel na Avenida Atlântica.
Questionada pelo GLOBO, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou, nesta sexta-feira, que seus agentes estão preparados para a chegada dos “barra bravas” do Boca Juniors. Pelas redes sociais, integrantes de organizadas do clube argentino convocaram os tricolores para a briga, em um áudio enviado a uma TV local.
“Que esperem a gente chegar, e que os do Fluminense venham nos procurar, que nós três (Marcelo Aravena, Mauro Martin e Rafael Di Zeo) vamos para a frente da torcida e do nosso povo, vamos defender toda a nossa gente do Boca, mas que os do Fluminense venham nos procurar. Quando chegarmos, que venham, eles são obrigados a brigar com a torcida organizada do Boca, torcida organizada com torcida organizada, que não briguem com o povo, que briguem com a torcida organizada do Boca”, afirmou Aravena, em áudio enviado à imprensa argentina nesta quinta-feira.
A final da Libertadores acontece neste sábado e os torcedores do Boca Juniors devem se reunir no espaço do Sambódromo, segundo anunciou o prefeito Eduardo Paes, na terça-feira. Enquanto a imprensa argentina fala em até 150 mil torcedores, as estimativas do Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios), da PMERJ, apontam para 50 mil.