
Na véspera da grande final da Libertadores, o treinador Fernando Diniz, do Fluminense, cedeu coletiva à imprensa no Maracanã, ao lado do capitão Nino. Respondendo a todas as perguntas de maneira serena, demonstrou uma segurança que vem sendo comum aos outros jogadores tricolores que falaram durante esta semana. Reconhecendo os méritos do Boca Juniors, adversário de amanhã, a partir das 17h, garantiu preparação total e confiança no trabalho feito durante a competição.
– O resultado sempre modifica o status como as pessoas te enxergam. Mas, o mais importante, na minha vida, é como eu me enxergo. Não estou à mercê da bola que vai entrar, ou daquela que não vai entrar. Vou fazer o melhor. Se eu estivesse assim, estaria muito mais ansioso do que estou. Já tenho ansiedade. Luto para que minha vida não seja determinada por isso – destacou o técnico.
A confiança na equipe total, em um trabalho que se encaminha para um ano e meio de duração, e chega ao seu ponto máximo. Ninguém esconde que é o jogo mais importante da história tricolor.
– A capacidade que a gente teve de trabalhar para chegar nessa final… Quem imaginaria que estaríamos aqui agora? Isso tudo não vai ser descartado. Sou um cara focado no trabalho. Esse dia 4 (de novembro) está na gente desde o 1º de maio do ano passado. Espero que estejamos muito unidos e com muita inspiração para fazer uma grande partida amanhã.
Do outro lado, estará a equipe de Jorge Almirón, hexacampeã da Libertadores. Mesmo sem vencer nenhum jogo no mata-mata deste ano – avançou em três disputas de pênaltis -, teve seus méritos reconhecidos por Diniz. Até mesmo se a final também for até as penalidades máximas.
– A gente tem muito respeito pelo que o Boca conseguiu fazer. Eles não chegaram à final só por causa dos empates, mas sim, porque tem um grande time e um grande treinador. Obviamente, é uma coisa que chama a atenção. A gente está preparado para todos os cenários que acontecerem no jogo. Treinamos pênaltis, para fazer o nosso melhor no campo. Está tudo detalhado. A gente não sabe o que vai acontecer. O jogo sempre tem um componente da incerteza. Mas posso garantir que o Fluminense se preparou para todos os cenários.
A final no Maracanã também chama a atenção. A torcida tricolor que estiver no setor Sul, e espalhado por todas as outras partes do estádio, poderá se sentir em casa. Apesar de, teoricamente, ser um campo neutro amanhã. Mesmo assim, Diniz minimizou uma superioridade por conta disso.
– O fato de jogar no Maracanã é algo que a gente gosta muito. Mas eu não acho que é isso que determina o campeão. É um fator que ajuda, mas não é determinante. É contra um time que sabe muito bem jogar fora de casa. Assim como o Fluminense também soube muito bem. Mas se a gente pudesse escolher um cenário para atuar, seria aqui no Maracanã, a nossa grande casa há muito tempo.
A escalação também segue sendo uma dúvida, algo comum desde as quartas de final, contra o Olimpia, quando o atacante John Kennedy deslanchou, com grandes atuações nos dois jogos. A incógnita principal está entre manter uma escalação ultra ofensiva, com quatro atacantes, ou reforçar o meio, mantendo a formação com três no setor.
– Vocês vão ter que ficar imaginando. Tem essas duas possibilidades. Vou deixar a dúvida como está. Com John Kennedy, você ganharia mais profundidade. Com mais um no meio, ganharia mais recurso para preenchimento do meio do campo. Quando a gente jogou com o John Kennedy contra o Olimpia, os jogadores souberam se ajudar, e não perdemos consistência defensiva. Vou colocar o melhor time possível – garantiu.
Para enfrentar o Boca, ninguém ainda sabe quais serão os onze jogadores que iniciarão pelo Flu. À exceção de Diniz.
– Já sei faz um tempinho – brincou o treinador.