Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, minimizou bronca de Lula – Foto: José Aldenir / Agora RN
Ozires Silva, cofundador da Embraer e ex-presidente da Petrobras, contou que em um jantar em Estocolmo com membros do comitê do prêmio Nobel, ele perguntou por que o Brasil nunca ganhou esse prêmio. Um deles respondeu: “É que vocês brasileiros são destruidores de heróis”. E acrescentou que “todos os candidatos brasileiros que apareceram, diferente de outros países, jogam pedra lá do Brasil. Não tem apoio. Parece que o brasileiro tem ciúmes do outro”.
Jean Paul Prates certamente não tem feitos para um prêmio Nobel, não é para tanto. Mas ninguém pode negar que ele é um cara competente, esforçado, preparado e grande conhecedor da indústria do petróleo e das energias renováveis. E foi por isso que chegou à presidência da Petrobras, reconhecido pelo Presidente Lula, que viu o seu valor ao observar seu desempenho no Senado e na liderança do grupo que formulou propostas para o setor do petróleo e energias renováveis na última campanha presidencial.
Jean Paul está fazendo um grande trabalho na Petrobras. Já acumula marcas inimagináveis para o pouco tempo que tem. A companhia é grande, complexa, e atravessava momento crítico – com implicações para o país e para o setor. Seguindo as regras corporativas e as diretrizes estabelecidas pelo presidente Lula, implementou a nova política de preços dos combustíveis, está expandindo a produção, recuperando refinarias, construindo fábrica de fertilizantes, articulando alianças estratégicas internacionais e preparando um programa de conteúdo local para gerar milhares de empregos em todo o Brasil com a retomada da indústria naval e dos biocombustíveis. Em uma medida ousada, redirecionou dividendos e lançou um plano de investimentos de mais de R$ 100 bilhões para os próximos 5 anos. E ainda está avançando firme na transformação da Petrobras em uma empresa global de energia com foco na descarbonização.
Apesar disso tudo, e como se isso não fosse o mais importante, Jean Paul tem enfrentado obstáculos e armadilhas ‘políticas’ – de setores bem carimbados. Pelo simples fato de estar fazendo muito. Por estar sendo ágil, por estar entregando resultados para além das expectativas. É como se o mais adequado fosse nada fazer ou fazer menos, trabalhar menos, entregar menos. Só assim teria paz. Qual a lógica disso? Somente no triste relato do saudoso Ozires Silva é que podemos encontrar alguma explicação. Ou, quem sabe, uma reflexão sobre a nossa consciência individual e coletiva para aprendermos a reconhecer e valorizar a proatividade e a competência de quem realiza, de quem entrega resultados e cumpre a missão que lhe é confiada.
Mais, Jean Paul. Sempre mais. E mais consciência e visão construtiva, Brasil.
*Vagner Araújo é ex-secretário de Finanças do Rio Grande do Norte
