Famosa desde que nasceu, Cleo não tem receio de se expor. O que foi mudando ao longo do tempo foram as temáticas. Quando estreou nas novelas em um papel fixo, em “América” (2005), a então atriz era vista como novo símbolo sexual (lembra da fala: “oi, tio?”). Hoje, ela usa da própria arte para falar dos temas que a machucam. Foi assim, por exemplo, ao lançar o álbum “Dark pop”, em que nas entrelinhas são perceptíveis temáticas como vícios, abusos, mas também resgate emocional.
— Percebo a mudança pela maturidade, o autoconhecimento que tanto busco. Escolhi falar das minhas vulnerabilidades porque me interessa muito mais do que o lugar de sex symbol, que é uma consequência que pode vir ou não do que você faz. Acho também que ajudo mais as pessoas. A gente aprende pela identificação com o outro — reflete a artista, de 41 anos.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_1f551ea7087a47f39ead75f64041559a/internal_photos/bs/2023/n/T/NH5FUWTO6XNU2mxa8Cxg/ale.jpg)
Nem por isso tudo é tratado de forma dura. Basta assistir os lançamentos semanais de clipes que ela tem feito de cada faixa do disco. Mas como é revirar o baú de memórias?
— São temáticas que me permeiam desde que me entendo por gente. São importantes para mim e para outras pessoas. Tudo que compus e cantei é muito autoral. Difícil não relembrar o que passei. Mas vejo como processos da vida. Tem ali o que dói e o que cura.
Para chegar aí, a filha de Glória Pires e Fábio Jr. precisou também resgatar o amor próprio.
— Faço muita terapia. E ainda me deparo com situações que dão gatilhos, mas falo: “Opa! Lembra como saiu dessa?”. É um exercício diário. Converso muito comigo mesma. Eu sou minha melhor amiga. Além disso, estar na natureza faz bem para mim, conversar com meus amigos, ter uma rotina de treinos, assim como estar com meu marido. É um conjunto.
A relação dela com o amado, Leandro D’Luca vai muito bem, obrigado. Eles se casaram três vezes e querem uma quarta cerimônia no ano que vem, na Itália.
Veja fotos de Cleo e o marido, Leandro D’Lucca
Casal está junto desde 2021
— É que casar é bom demais! Em antigos relacionamentos eu já tinha morado junto, feito união estável, mas fazer festa mesmo nunca tinha feito. Leandro também não. Eu entendo meu pai agora (risos)! A diferença é que estou casando várias vezes com a mesma pessoa — diverte-se.
Esse jeito brincalhão para caçoar o pai que já se casou tantas vezes reflete na boa relação que Cleo e Fábio Jr. têm hoje. Mas nem sempre foi assim.
— Eu devia ter uns 25 anos quando começamos a nos reaproximar. E desde então a gente vem nesse processo de cura. Foi importante porque faz parte de onde eu vim. Meu pai é uma pessoa que sou muito apaixonada. Até por isso surgem os problemas, não é?— diz Cleo.
Nem por isso, a artista deixa de relembrar as falhas do cantor. Recentemente, ela disse como o eterno galã foi ausente e causou impactos negativos na vida de Glória Pires. Fica climão quando essas falas viralizam?
— Ele sabe tudo que fez. Não é doido de falar para mim que não posso lembrar desses erros (risos). Até porque eu falo do que eu vi e vivi. Hoje, meu pai é muito respeitoso. Nesse quesito, não há problema.
Inferno: “Ter disposição para fazer as coisas tem sido um inferno. Tenho fases em que fico muito preguiçosa, mais dengosa. Tem um pouco a ver por eu ter TDAH, mas não só. É uma fase em que não queria que as coisas dependessem de mim para acontecer. Ando um pouco assim”.
Karma: “Tem sido lidar com consequências de algo que queria muito. Essa não vou exemplificar. Fica no mistério mesmo. É que algumas situações têm sido indesejadas”.
Vício: “Estou muito viciada no meu marido. Ele é apaixonante”.
Fuck: “Não falava sobre sexo para viralizar. E era tão óbvio ver pessoas me diminuindo justamente por eu ser uma mulher falando sobre minha sexualidade. Sempre falava em um contexto. Mas era previsível ver certos comentários”.
Todo mundo que amei me fez chorar: “Meu choro recente foi de felicidade. Cantar ao lado do meu pai representou também cura e gratidão”.
