O acerto do Fluminense com o meia Renato Augusto, de 35 anos, liberado pelo Corinthians, ainda depende de exames médicos que, em tese, só poderão ser feitos após o encerramento do contrato com o clube paulista, no dia 31. O vazamento do acordo antes dos cuidados necessários gerou certo desconforto nas Laranjeiras, mas se for aprovado em suas condições clínicas, o meia será mesmo mais um “reforço” do clube que se notabiliza por “investir” em jogadores seniores.
Em 2021, o Fluminense chegou a ter 14 com idade acima dos 30 anos num elenco com 37 inscritos. Foi à final do Carioca, chegou às quartas-de-final das Copas do Brasil e Libertadores, e terminou o Brasileiro em sétimo lugar. No ano seguinte, a mesma coisa: houve saídas e chegadas, mas o clube seguiu em busca de jogadores experientes e vitoriosos – como Fred, Fábio, Felipe Mello e Cano. E com retorno de Fernando Diniz os resultados esperados chegaram.
No ano passado (2022), o Fluminense foi eliminado na fase pré da Libertadores, e não classificou nos grupos da Sul-Americana. Porém, venceu o Estadual, chegou à semifinal da Copa do Brasil e ficou em terceiro no Brasileiro. Mais do que isso: fez dos chamados “veteranos” um ponto de apoio para saltos mais ousados em 2023. Com Marcelo e Keno bisou o Estadual e com mais dois trintões (Thiago Santos e Yony Gonzalez) conquistou a tão sonhada Libertadores.
A ponto de ter iniciado a final contra o Boca Juniors, no Maracanã, com sete jogadores em idade acima dos 33 anos. Fábio (43), Felipe Melo (40), Cano (35), Marcelo (35 anos), Ganso (34), Keno (34) e Samuel Xavier (33) – média de 36,2 anos. Abaixo desta faixa, apenas Nino, André e Martinelli, time base que Diniz levará para o Mundial de Clubes, agora no dia 18. Ou seja: a preferência por jogadores desta faixa parece opção estratégica.
Não sei o quanto Renato Augusto ainda tem a oferecer ao futebol em termos competitivo. Aliás, não dá sequer para assegurar que o meia vá mesmo vestir a camisa do Fluminense. Mas os resultados técnicos e financeiros comprovam o acerto do clube ao mesclar os experientes, talentosos e vencedores com jovens ousados, promissores e valiosos. Não há só uma forma de montar equipes competitivas. O Fluminense descobriu como fazê-lo sem investir na compra de direitos econômicos.