Um dia antes da final do Mundial de Clubes, Pep Guardiola, treinador do Manchester City, mostrou admiração e respeito pelo Fluminense, em sua coletiva prévia à partida. Amanhã, às 15h (horário de Brasília), brasileiros e ingleses decidem, em Jidá, na Arábia Saudita, quem vence o torneio da Fifa. Além de elogiar a equipe de Fernando Diniz, que propõe um estilo de jogo similar, baseado na posse de bola, o espanhol comparou o tricolor a momentos históricos.
— Jogam um estilo típico do Brasil dos anos 1970, 1980, e início dos anos 1990. Passes curtos, muitos jogadores onde está a bola. A combinação é muito boa, o um contra um, o físico. Temos que estar atentos quanto a correr atrás da bola — disse.
Perguntando um pouco mais sobre o paralelo histórico, não hesitou em resgatar a seleção brasileira de 1982, que jogou a Copa do Mundo disputada em seu país, dizendo que ama a construção de jogo, as trocas de passes e o respeito com a bola.
— Conheço exatamente o talento e a qualidade do Fluminense, e o que ele pode fazer. Sabemos o que significa o Mundial para os times sul-americanos. Sei que será uma final dura, como sempre tem sido, e estamos indo em frente. Conheço meus jogadores e os respeito pelo que fazem. É muito boa a forma como jogam — seguiu Guardiola.
Aliás, completou afirmando que o Fluminense oferece dificuldades que nenhum outro adversário impôs a eles:
— Precisamos ficar atentos aos espaços que teremos, aceitar que vamos jogar contra um time atípico. Do jeito que jogam, nunca enfrentamos antes. Não é posicional, eles se movem muito, a bola está sempre ali, com jogadores por perto, a bola se movimenta, e os jogadores vão junto — afirmou Pep.
‘Time de jogo beneficente’?
Guardiola escolheu não se posicionar sobre a matéria do jornal inglês The Telegraph, que fez uma análise profunda sobre o Fluminense e ironizou o excesso de veteranos no elenco, tratou-o como um adversário “inesperado” e afirmou que mais parece um time do Soccer Aid (partidas beneficentes da Unicef).
— Não vou falar nem um segundo e nem me preocupar com o que a mídia disse sobre o jogo de amanhã’. O Fluminense tem seis ou sete jogadores com mais de 30 anos, o que significa que eles sabem controlar emoções — disse Guardiola.
Ao lado do treinador na coletiva, o lateral-direito inglês Kyle Walker também demonstrou o respeito pela equipe tricolor, elogiou Marcelo, que fez história no Real Madrid por 15 anos, e tratou a matéria como desrespeitosa.
— Idade é apenas um número para mim. O que importa é a sua performance. Pelo que vi de Marcelo, um dos melhores laterais esquerdos da história do futebol, ele ainda está em bom nível. E comentários como esse são um pouco desrespeitosos — afirmou Walker.
Assim como o Fluminense, o City também treinou nesta quinta-feira e fechou a preparação para a final do Mundial. Inclusive, por alguns instantes, as duas equipes treinaram quase lado a lado, nos campos anexos ao King Abdullah Sports City, palco do jogo de amanhã.