A primavera de 2023, que termina nesta quinta-feira, foi a mais quente da história do país. A estação foi marcada pelas ondas de calor e pela intensificação do fenômeno El Niño, provocando temperaturas cinco graus acima da média no Rio. A capital fluminense registrou a maior temperatura em um mês de dezembro, com 40,6 graus, na Vila Militar, no dia 7. O verão começa oficialmente às 00h27 desta sexta-feira.
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— A gente teve recordes de temperatura, foi uma das mais quentes da história. Na última onda de calor, a temperatura chegou a mais de 40 graus, a maior registrada em um mês de dezembro. A primavera é uma estação de transição, então ela acaba sendo muito marcada pelos extremos, porque tem características do inverno, que é mais seco e frio, e do verão, que é úmido e quente — explica Maria Clara Sassaki, meteorologista da Climatempo.
Outro dado que chamou atenção dos pesquisadores foi a sensação térmica muito alta na capital fluminense. A sensação térmica é uma estimativa que leva em consideração a umidade relativa, a velocidade do ar e a temperatura. A geografia da cidade do Rio, segundo a meteorologista, somada à atuação do El Niño, com as ondas de calor, favoreceram o calor intenso.
— Na capital, em específico, a gente tem uma geografia muito particular, com muitas montanhas e morros, e a umidade que vem do mar. As temperaturas muito altas deste El Niño, somadas a essa confluência de fatores geográficos, são a receita perfeita para proporcionar uma sensação térmica muito mais alta. O tempo fica bem mais abafado na região — afirma.
Se na primavera as chuvas ficaram abaixo da média para o trimestre, no verão será o oposto. A frequência de temporais típicos da estação será maior do que a média registrada.
— Nos anos anteriores, a gente tinha o fenômeno La Niña, com mais chuva e mais frio. Esse verão vai ser chuvoso, mas de um jeito diferente. Serão frequentes os temporais, aquela pancada de chuva do fim da tarde. A previsão é de chuva acima da média, com influência do El Niño. Não teremos dias chuvosos, mas sim, pancadas de chuva. É uma queda volumosa num curto período, o que acende o alerta para áreas de risco — informa.
Segundo a meteorologia, a probabilidade de ter ondas de calor é menor, mas a temperatura média da estação deve aumentar. O mês de janeiro pode registrar máximas mensais recordes, apesar das chuvas.
— A média da temperatura é mais alta no verão, mas é difícil que a gente alcance os valores da primavera, quando ocorrem os máximos e extremos. Mas vamos ter uma sequência de dias muito quentes, mais do que no trimestre anterior — avalia Maria Clara.
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Para o final do verão, a previsão é que El Niño perca força e intensidade, provocando queda no volume de chuvas e temperatura mais amena.