Em meio as festas de fim de ano e com as férias escolares em janeiro, muitas famílias se prepararam para aproveitar a pausa na rotina e viajar. Mas antes de pegar a estrada, os motoristas precisam tomar alguns cuidados para garantir que o percurso seja feito de maneira segura e sem imprevistos. Por isso, a revisão do veículo é fundamental.
Para se ter uma ideia, somente a CCR Via Lagos, principal caminho para quem sai do Grande Rio em direção às cidades da Região dos Lagos, 44% dos 1.160 atendimentos das equipes de socorro aos motoristas entre o Natal de 2022 e o último réveillon foram por conta de pane mecânica, problema que pode ser evitado com manutenção preventiva.
Já na BR-101 Norte — que liga a cidade de Niterói a Campos, no Norte Fluminense — 769 motoristas foram socorridos pelas equipes por problemas mecânicos, o que representa 51% do total de atendimentos no feriadão do fim do ano passado. A expectativa da Autopista Fluminense, concessionária que administra a via, é que 1,1 milhão de veículos passem pela estrada até o dia 2 de janeiro, com pico no dia 25 dezembro.
Instrutor automotivo do Firjan Senai de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, Reinaldo Peixoto orienta que existem dois tipos de revisão: a realizada na oficina e a que o próprio usuário pode fazer em casa antes de buscar por um técnico especializado.
— O motorista precisa abrir o capô e identificar as tampas coloridas, avaliando pontos que precisam de cuidado, como o reservatório de água, para que o motor não superaqueça, e também o do limpador de para-brisa, onde se deve ter sempre a água com aditivo específico para ajudar num momento de chuva e também na manutenção da vida útil da palheta do para-brisa — afirma: — Ele próprio também pode checar se todas as luzes estão funcionando corretamente, e se o óleo está no nível adequado, medido pela vareta.
O que deve ser avaliado e trocado
Na oficina, a revisão periódica avalia todo o veículo, para substituir o que for necessário. Peixoto, do Senai, lembra que, em geral, as montadoras recomendam que essa avaliação seja feita anualmente ou a cada dez mil quilômetros rodados, o que vier primeiro. Mas, para além desse planejamento, é preciso ficar atento aos sinais que o veículo dá, e que podem servir de alerta para algum problema.
— Quando o carro tem uma rotina severa, como os usados como táxi ou em transporte por aplicativo, essa margem cai para 5 mil quilômetros — destaca.
O instrutor explica que nas quatro primeiras revisões normalmente troca-se o óleo e os filtros (do ar-condicionado, do motor e de combustível). Além disso, o sistema elétrico também precisa ser checado: se lâmpadas dos faróis, setas, pisca-alerta, lanternas ou luzes de ré e de freio estiverem queimadas, precisam ser substituídas.
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— Quem viaja muito à noite, precisa também conferir o faixo de luz do farol, ou seja, o ângulo da iluminação, que tem uma direção prevista no manual. Se tiver fora, ou não vai ajudar o motorista ou até atrapalhar quem vem na direção contrária e causar um acidente — alerta.
Já se o veículo for mais antigo, a troca de outros componentes também precisa ser avaliada, como a vela de ignição e a correia dentada, que sincroniza as partes superior e inferior do motor.
Peixoto também lembra da importância de que toda a parte de suspensão seja revista antes de colocar o carro na estrada, com a verificação dos amortecedores, molas e batentes de borracha, assim como o sistema de frenagem, para checar possíveis desgastes e necessidade de troca das pastilhas de freio, por exemplo.
A saúde dos pneus também exige atenção, tanto se o jogo está em boas condições como também se a calibragem está de acordo com o que determina o manual do veículo.
— A pressão do carro vazio não é a mesma do carro cheio, então isso deve ser avaliado também. E esse motorista não pode esquecer de verificar o estepe, não apenas as condições, mas também a pressão, que vai caindo conforme o tempo que ele fica guardado. O estepe é um pneu de emergência, então ele precisa estar nas melhores condições caso tenha que ser usado — diz.
Nas oficinas, os preços das revisões variam de acordo com o modelo e ano do veículo, e também dos ajustes necessários. Por isso, vale fazer uma coleta de preços nas oficinas autorizadas da concessionária e também em outros técnicos especializados:
— Quanto mais antigo o carro, provavelmente mais questões precisarão de atenção, e esses valores vão variar.