
Este ano, a maior festa de réveillon do país — e certamente uma das maiores do mundo — será a mais vigiada da história. É isso o que promete a Secretaria estadual de Segurança Pública (Sesp). Além de um número 10% maior de policiais nas ruas do bairro, o acesso a Copacabana e a circulação pela orla serão monitorados por câmeras com capacidade de reconhecimento facial instaladas em postos de bloqueio, e em drones que vão sobrevoar a área da festa.

Como funcionam as câmeras de reconhecimento facial no réveillon de Copacabana
Este ano, a maior festa de réveillon do país — e certamente uma das maiores do mundo — será a mais vigiada da história. É isso o que promete a Secretaria estadual de Segurança Pública (Sesp). Além de um número 10% maior de policiais nas ruas do bairro, o acesso a Copacabana e a circulação pela orla serão monitorados por câmeras com capacidade de reconhecimento facial instaladas em postos de bloqueio, e em drones que vão sobrevoar a área da festa.
As imagens captadas em tempo real serão cruzadas com cerca de 100 mil fotos disponíveis num banco de dados com informações sobre 28 mil foragidos da Justiça. A ação tem o apoio do Detran e da Polícia Civil, que foi responsável pela atualização dos dados.
A operação montada para garantir um Ano-Novo pacífico prevê ainda controle total no acesso à praia. Haverá 30 pontos de bloqueio nas ruas perpendiculares à Avenida Atlântica. Em 15 deles, a passagem será completamente fechada. Na outra metade serão montados postos de revista onde a multidão será monitorada pelas câmeras especiais e terá que passar por detectores de metal.
As lentes das câmeras que ficarão nas barreiras são capazes de fazer um zoom a 25 metros de distância e capacidade de verificar mais de 60 faces por segundo. As imagens captadas nos pontos de controle e pelos drones irão diretamente para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro, onde está instalado o programa de reconhecimento facial. Além de serem enviadas para o CICC, elas serão espelhadas para os laptops dos policiais nos locais de revista, nos batalhões das áreas de atuação e nos postos de comando e controle instalados em Copacabana, Leblon e Barra da Tijuca.
— A tecnologia dos equipamentos ajuda muito, mas é o tino do policial ao analisar as imagens que irá determinar a necessidade de pedir a identificação do suspeito e, posteriormente, fazer a revista. Quando o programa detectar alguém com mandado de prisão, soará um alerta. Se a pessoa estiver na orla, será localizado o policial militar mais próximo do alvo, para que ele seja abordado — explicou o major Agdan Miranda Fernandes, diretor de Infraestrutura e Tecnologia do CICC.
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Segundo o diretor, as câmeras estão sendo calibradas e pelo menos quatro testes já foram feitos ao longo deste mês. Em 2019, houve um teste com o equipamento de outra empresa, também no réveillon, mas após a pandemia outras empresas aperfeiçoaram seus programas. O software que será usado pela PM na virada deste ano é o mesmo usado na Copa da Rússia em 2018.
— A tecnologia avançou muito nestes últimos cinco anos. O programa funciona da seguinte forma: buscando pontos de distância dos olhos, da testa das pessoas, uma espécie de assinatura única — explicou Agdan.
Pessoas podem ser identificadas mesmo se estiverem usando óculos ou bonés, por exemplo. Ao todo, haverá 25 câmeras na orla de Copacabana e também em Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca durante o réveillon.
— Todos vão ao réveillon celebrar a vida. A Polícia Militar implementou o sistema de reconhecimento facial para evitar que criminosos estraguem a festa — observou o coronel Marco Andrade, porta-voz da PM.
No primeiro semestre de 2024, a proposta é instalar 87 câmeras de leitura de placas de veículos roubados nas vias expressas, como Avenida Brasil e Linhas Amarela e Vermelha, além de túneis da capital.
A tecnologia é uma aliada poderosa, mas a presença policial nas ruas é fundamental no esquema especial montado pela Sesp, que começa às 8h de hoje e vai até as 20h de amanhã. Em todo o estado, será mobilizada uma tropa de 22.490 policiais militares, dos quais 2.946 atuarão em Copacabana e áreas próximas em apoio ao 19º BPM (Copacabana) e a unidades do Comando de Operações Especiais (COE) e do Comando de Policiamento Especializado (CPE). Em toda a Região Metropolitana, serão 8.659 policiais militares atuando.
Na festa de Copacabana, haverá 61 plataformas de observação, das quais 29 ficarão na faixa de areia e também próximas ao espelho d’água, 15 no canteiro central e 17 no calçadão. A corporação terá ainda quadriciclos no patrulhamento da praia e 64 carros empregados nas ações de prevenção nas ruas do bairro.
A PM promete reforçar o policiamento também nos bairros onde estão previstos grandes shows e queima de fogos. Na Praça Mauá, será montado um esquema de controle de acesso, com pontos de revistas com detectores de metais, assim como em Copacabana.
A Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) e a Guarda Municipal também montaram um esquema especial para Copacabana. São 1.240 agentes em ações de ordenamento urbano, de trânsito e de segurança. Desse total, 388 guardas municipais cuidarão exclusivamente da fiscalização do trânsito. Haverá 21 reboques atuando na área.
— O foco das ações será o ordenamento urbano e também o auxílio às forças policiais na prevenção e na segurança. Lembrando que a gente vai atuar para apreender e coibir a venda em garrafas de vidro, com foco na integridade física das pessoas, além de alertar a população sobre os horários de proibição de estacionamento, para que a gente não precise usar o reboque. Também estão proibidos os cercadinhos nas areias por parte de quiosques e de ambulantes — explica Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública.