Com a chegada do verão e das férias escolares, número de atendimentos de vítimas de afogamento, traumas na coluna e de ataques de cães cresce nas grandes emergências públicas do Rio e preocupa especialistas. Na última semana, o número de pacientes afogados, mordidos por cachorro e com trauma de coluna devido a mergulho em águas rasas vêm ocupando os leitos dos hospitais.
No Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, unidade de atendimento de alta complexidade e referência para nove municípios da Região dos Lagos, recebeu nos últimos dias do ano passado quatro pacientes vítimas de afogamento e de traumas devido ao mergulho em águas rasas. Dois desses pacientes ficaram paraplégicos e um evolui para óbito.
— Nunca se deve mergulhar de cabeça em locais desconhecidos, especialmente em águas turvas e após ingerir bebidas alcoólicas. Um mergulho em águas rasas podem causar lesões sérias na medula cervical. Além do risco de vida, essas lesões podem resultar em uma paralisia permanente dos braços e pernas. É preciso tomar precauções para prevenir esses acidentes, pois mesmo com todo o tratamento, os danos podem ser irreversíveis — alertou o especialista.
Paralelamente, no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, seis pacientes afogados e com grave traumatismo na coluna deram entrada na unidade entre o Natal e o Ano Novo. No entanto, uma mulher de 48 anos, vítima de afogamento em Maricá, e uma criança, vinda de Itaboraí que se afogou na piscina, não sobreviveram. Um homem de 31 anos, vindo de Cabo Frio, após mergulhar em uma das praias da região, sobreviveu ao acidente, mas em consequência do trauma ficou paraplégico.
No Heat, ainda, o número de crianças atacadas por cachorro cresceu nas últimas três semanas. Somente neste período, médicos e enfermeiros socorreram nove crianças entre três e 11 anos. Na segunda-feira, primeiro dia do ano, duas vítimas deram entrada na unidade. Uma vinda da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Pedro d’Aldeia e outra de Niterói.
— Estamos em uma época de férias escolares, festas de fim de ano, com queima de fogos, eventos, enfim, isso tudo influencia no aumento de ocorrências envolvendo crianças. Nos casos de mordedura, a recomendação é lavar com água e sabão e ir até uma unidade de saúde rapidamente para que um médico identifique e cuide da lesão, que, às vezes, pode ser grave — explicou a coordenadora da emergência pediátrica do Heat, Melissa Monção.