A polícia da Espanha anunciou nesta quinta-feira que investiga um crime bárbaro nos arredores da cidade de Córdova, no sul da Andaluzia. Quase 50 gatos de uma colônia felina da região de La Carlota teriam sido envenenados. Só no dia 31 de dezembro, pelo menos dez cadáveres foram encontrados em uma lixeira próxima à comunidade. A população levou o caso ao Partido Animalista com o Meio Ambiente (Pacma).
Na terça-feira, o partido apresentou uma queixa à Guarda Civil por “envenenamento em massa de uma colônia felina, composta de 47 animais, na localidade de Carlota”. Ele salientou que “alguns dos animais foram encontrados dentro de contêineres próximos e outros, deitados na rua” e que “há apenas um sobrevivente, um filhote, em mau estado”.
Em uma publicação no Instagram, o partido publicou um vídeo dos animais, que aparecem estendidos no chão. Ao fundo, é possível ver várias caixas e uma delas com a placa “colônia de gatos”. Um registro feito por um funcionário mostra o momento em que uma fêmea, acolhida no colo de uma agente, tenta resistir:
— Escuta. Está morrendo — lamentou a mulher.
Na legenda, o partido escreveu que há meses os felinos têm sido vítimas de envenenamento e afirmou que as autoridades “não assumem a responsabilidade”. O Pacma exigiu então que o município de Córdoba “cumpra com suas competências de zelar pelo bem-estar e a segurança das comunidades felinas animal em Carlota”.
O restante da colônia está desaparecida, e um porta-voz do partido acredita que os animais morreram nos bosques ao redor após terem sido envenenados. No vídeo publicado, um animal aparece deitado próximo ao que parecem ser árvores e plantas.
Na quarta-feira, agentes do Serviço de Proteção à Natureza (Seprona) da Guarda Civil foram até o local.
— Estamos investigando se as mortes ocorreram devido ao envenenamento ou devido a outros fatores — afirmou o porta-voz, citado pela AFP.
Na Espanha, o termo “colônia de gatos” designa um conjunto de felinos desabrigados que vivem próximos a centros urbanos. Ali, eles são são alimentados, controlados e vigiados por organizações protetoras sem fins lucrativos. Segundo a Fundação para o Aconselhamento e a Ação em Defesa dos Animais (Fada), o termo entrou pela primeira vez em uma lei (nº 7/2023) em setembro do ano passado. As colônias também passaram a receber uma proteção mais firme.
Nessa mesma lei, as penas foram intensificadas para quem retirar ou abater gatos comunitários. Agora, são consideradas “infrações graves” e “muito graves”. Quem for considerado culpado de crueldade que cause a morte de um animal poderá ser condenado a três anos de prisão. A pena anterior era de 18 meses.