Acabamos de receber essa denuncia que os profissionais que trabalham na UPA de Parnamirim estão bastante indignados com as más condições de trabalho dentro da UPA da cidade de Parnamirim
“Bom dia, Adriana! Nós, os profissionais de saúde da UPA-Nova Esperança, viemos informar à população de Parnamirim que o colapso desta unidade já foi repetidamente comunicado à gestão municipal. Participamos de duas greves para expor as precárias condições de trabalho, a falta de profissionais e de insumos, que possivelmente agravou a saúde de muitos usuários e sobrecarregou a unidade. Aqui ta faltando tudo, Adriana e pessoas estão morrendo, porque aqui tá faltando tudo
O crescimento populacional e a complexidade das demandas de saúde não foram acompanhados pela necessária ampliação da rede de atendimento. Desde nossa última greve, em maio de 2024, denunciamos, junto aos demais profissionais da saúde, o sucateamento e o descaso da gestão com a efetivação do SUS, que não tem sido prioridade.
Faltam insumos, o aparelho de raio-X ficou meses sem funcionar, e o número de profissionais é insuficiente. Mesmo comprometida em oferecer o melhor atendimento, a equipe está adoecida e sobrecarregada, sem condições adequadas de trabalho.
Solicitamos mais unidades de pronto atendimento, pois temos apenas uma para mais de 250 mil habitantes. Também precisamos de leitos psiquiátricos, do funcionamento efetivo das UBS, do CAPS e dos serviços que compõem a rede de atendimento de saúde, além de leitos de UTI, como os que existiam na Maternidade Divino Amor, mas foram fechados.
Temos resistido e continuado a salvar vidas, mas sem condições de trabalho não conseguimos. Fomos contra o fechamento do Pronto Atendimento Suzete Cavalcanti, da Unidade de Acolhimento Institucional, e contra qualquer corte de serviços. No entanto, a gestão optou por fechar essas unidades, remanejar profissionais da UPA para outros serviços e reduzir o número de trabalhadores em comparação com anos anteriores. Falta planejamento e prioridade para a ampliação do SUS no município.
A UPA está em colapso, e nós também!
Disse um enfermeiro que pediu -me para não ser indentificado. ” Posso ser perseguido, minha querida, por favor mantenha o sigilo”