Fórum Inter-religioso do Rio Grande do Norte divulgou, no último domingo (29), uma nota de repúdio contra a propaganda eleitoral do candidato a prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil). O conteúdo da campanha do candidato foi alvo de críticas ao associar praticantes de religiões de Matriz Africana, povos originários, católicos e adeptos do espiritismo Kardecista a malfeitores, o que foi classificado como racismo religioso pelas lideranças religiosas do estado.
De acordo com a nota, a peça publicitária configura uma explícita demonstração de preconceito e intolerância religiosa, desrespeitando a liberdade de culto garantida pela Constituição Federal de 1988. O Fórum considera inadmissível que uma propaganda paga com recursos públicos seja utilizada para promover a discriminação contra qualquer crença ou tradição religiosa.
A peça publicitária do candidato Paulinho Freire afirma que: “Não tem macumba, olho grande e bruxaria. Vela preta nem imagina que possa me derrubar. Não tem despacho, Água Preta, vela acesa, mesa branca, com certeza não pode me alcançar. Eu vivo sempre na sombra do onipotente. Creio que eu sou consciente que sou mais que vencedor e toda a língua que contra mim se levantar, eu sei que não vai prosperar. Quem me protege é o Senhor”. Esse trecho foi visto como um ataque direto a religiões de Matriz Africana e ao espiritismo Kardecista, promovendo uma visão discriminatória dessas práticas religiosas.
O coordenador do Fórum, Juremeiro Marcuse de França, reforçou que medidas legais estão sendo tomadas e que o caso será levado às autoridades eleitorais. O objetivo é que providências urgentes sejam adotadas para coibir esse tipo de manifestação durante a campanha eleitoral.
A propaganda citada na nota pode ser acessada pelo perfil oficial do candidato no Facebook. O Fórum Inter-religioso destaca seu compromisso com o combate ao racismo religioso e afirma que não permanecerá em silêncio diante de manifestações de ódio e preconceito contra religiões de Matriz Africana, povos originários e espíritas Kardecistas.