
O resultado do primeiro turno das Eleições Municipais de 2024 foi um banho de água fria para muitos prefeitos que não conseguiram se reeleger. Visando cortar gastos, alguns chefes do Executivo local derrotados realizaram exonerações em massa dias após a derrota nas urnas
O prefeito de Goiânia (GO), Rogério Cruz (Solidariedade), exonerou, no último dia 8, cerca de dois mil comissionados e servidores em cargos de confiança. Ele teve 21.616 votos, equivalente a 3,14%, e ficou em penúltimo lugar na disputa.
A prefeitura de Goiânia havia dito que as exonerações e dispensas foram feitas para garantir o cumprimento das metas fiscais e manter a saúde financeira até o final do ano. Porém, um dia depois da demissão em massa, o prefeito voltou atrás e readmitiu os funcionários.
O cientista político e economista Igor Lucena explica que as exonerações após a derrota nas urnas é algo comum e negativo, no qual mostra que a gestão atual vai desaparecendo.
“A Lei da Ficha Limpa caracteriza que as contas tem que estar em dia, de acordo com o orçamento. Se o orçamento estourou, foi mal aplicado, você tem uma situação que pode gerar penalidades para os gestores que estão no poder”, analisa Lucena.
O atual prefeito de Teresina, Dr Pessoa (PRD), também não conseguiu se reeleger, tendo apenas 2,20% dos votos. O pleito no município teve como vencedor, ainda no primeiro turno, Silvio Mendes (União), com 52,19%. Na segunda-feira (14/10), a prefeitura realizou uma série de exonerações e adequações no quadro de servidores. No total, 37 pessoas retiradas das suas funções ou adequadas em outros setores.
Lucena avalia que as exonerações em massa podem causar prejuízos ao bem-estar no município, já que alguns desses profissionais podem coordenar áreas que são fundamentais para a cidade. “As demissões têm que ocorrer, talvez de uma maneira mais simples, em cargos que não são essenciais à máquina pública, o que chamamos de serviços ou cargos de operação do meio e não do fim das atividades públicas”, frisa o cientista político.