Tiro no pé: Styvenson pode ter prejudicado aliado em queda de braço na eleição da FEMURN
A eleição para a presidência da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), marcada para o próximo dia 15 de janeiro, parecia estar no caminho certo para coroar o ex-prefeito de São Tomé, Babá, apoiado pelo senador Rogério Marinho (PL/RN). No entanto, um movimento inesperado pode ter alterado drasticamente o cenário eleitoral, colocando em risco as chances do candidato de Rogério.
Na semana anterior, a eleição da Associação dos Municípios do Litoral Atlântico Potiguar (AMLAP) foi palco de uma disputa em que o grupo de Rogério Marinho decidiu apoiar um candidato contra o próprio partido, o prefeito de Nísia Floresta. Essa decisão gerou uma cisão significativa dentro do grupo, que poderá reverberar na eleição da FEMURN. A vitória inesperada do prefeito de Nísia Floresta, Gustavo Santos, apoiado pelo deputado federal João Maia (PP/RN), foi um ponto de virada. Com esse triunfo, João Maia começou a mobilizar seu grupo para apoiar Pedro Henrique (PSDB) de Pedra Grande/RN, alterando o panorama da disputa para a FEMURN.
O senador Styvenson Valentim (Podemos), percebendo a mudança no jogo, lançou um vídeo em tom ameaçador em suas redes sociais. No vídeo, ele pressiona os prefeitos a votarem em Babá, sugerindo que aqueles que não o apoiarem poderiam enfrentar dificuldades para obter recursos para suas prefeituras. “Em 2025 está na hora de parar de ter duas caras na política do Rio Grande do Norte. Parar de jogar duplamente”, afirmou Styvenson, deixando clara sua expectativa de lealdade política.
se defendeu de acusações de troca de votos por emendas ou recursos partidários, dizendo: “Vocês são livres para votar, como sabem que sou livre para, no futuro, decidir alguns direcionamentos, e não estou usando isso como arma de chantagem”. No entanto, o tom do vídeo sugere uma estratégia de pressão que pode ser interpretada como uma tentativa de influenciar os votos através do poder de alocação de recursos.
Já há notícias de que as assessorias de Rogério e Styvenson entraram em campo ligando para pressionar prefeitos, o que irritou alguns deles que fazem parte da chapa de Pedro Henrique, que conta com uma coalizão de vários partidos, inclusive do próprio PL. Este episódio ilustra não apenas uma luta interna pela presidência da FEMURN, mas também prenuncia uma batalha mais ampla pelo governo do RN em 2026. A FEMURN é uma entidade-chave na política local, e o controle sobre ela pode influenciar significativamente as alianças e os resultados eleitorais futuros. A disputa entre os grupos de Rogério Marinho e João Maia não é apenas sobre a liderança de uma associação de municípios, mas sobre a influência e o poder político na região.
Em suma, a intervenção de Styvenson, com seu vídeo ameaçador, pode ter desestabilizado a campanha de seu aliado Babá, criando um cenário negativo e uma tensão que poderia culminar em uma derrota para o candidato apoiado por Rogério Marinho. A manobra de Styvenson, independentemente de sua intenção, pode ser vista como um risco estratégico que potencialmente prejudica o candidato de seu próprio campo político na disputa pela FEMURN.
Por diário do Brasil